Palestras sobre Inclusão e direitos da pessoa com deficiência encerram o 1º Conatins
Daianne Fernandes
O encerramento do 1º Congresso de Autismo do Tocantins (Conatins) contou com palestras que abordaram os direitos e desafios das pessoas com deficiência. Os desafios da inclusão foram apresentados pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Cidadania, dos Direitos Humanos e da Mulher (Caocid) do Ministério Público Estadual (MPE), Promotora de Justiça Thais Cairo, que fez um breve histórico sobre o processo de inclusão das pessoas com deficiência no Brasil, suas conquistas em relação à legislação e o processo de desinstitucionalização do que é “diferente” ou “fora do normal”.
Segundo ela, é impossível e imoral falar que alguém não é “normal”, em uma sociedade onde todos são tão diferentes. O conceito de “normalidade” é algo muito complexo e erroneamente utilizado para alimentar a exclusão social de minorias. Ação que não é mais aceita nem pela legislação, nem pelas instituições brasileiras. “No entanto, mais do que Leis, precisamos é garantir a sua aplicação no dia a dia dessas pessoas”, frisou.
Ela ainda destacou que é preciso difundir informação, a exemplo do que o Conatins fez nesses dois dias de evento. “É disseminando esse conhecimento que as pessoas vão conhecer, entender e respeitar as diferenças”, pontuou a promotora de Justiça. Nesse sentido, ressaltou que o Autismo é uma condição que atinge cerca de 2 milhões de brasileiros e que ainda é muito poco conhecida pela sociedade.
Para a presidente da Associação Anjo Azul, Rosa Helena Ambrósio, organizadora do evento, esse foi o objetivo principal do evento: difundir informação. Segundo ela, o preconceito nasce do medo que as pessoas têm do desconhecido e somente quando se difunde e generaliza uma condição médica como o Autismo é que é possível combater a discriminação contra aqueles que possuem essa condição.
Thais Cairo ainda falou sobre como a inclusão escolar pode ser realizada, a partir de adequações físicas, estruturais e metodológicas. “Não basta estar na sala de aula, é preciso garantir que essas pessoas tenham chances reais de aprender”, disse.
No último dia de evento, os participantes do Congresso, que lotaram o auditório do MPE, ainda assistiram palestras sobre os direitos das pessoas com deficiência, a apresentação de uma cartilha sobre os direitos dessas pessoas, além de exposições sobre nutrição, distúrbios alimentares e tratamento biomédico. O evento foi avaliado com sucesso pelos participantes que vieram de diversas cidades do Tocantins e de cidades do Pará e Maranhão.
Fotos disponíveis no link:
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