Operação Dolos: Gaeco e forças policiais civil e militar do Tocantins prendem três pessoas por fraudes no emplacamento de veículos roubados
A 2ª fase da Operação Dolos, realizada conjuntamente pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e pela Polícia Civil do Tocantins, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (Derfra), prendeu nesta quarta-feira, 17, três pessoas e executou mais três mandados de busca e apreensão nas cidades de Araguaína e Tocantinópolis.
Entre os alvos dos mandados de prisão preventiva estão servidores de circunscrições regionais (Ciretrans) do Departamento Estadual de Trânsito do Tocantins (Detran/TO), despachantes e empresários que atuam na área de emplacamento de veículos nessas duas cidades. A Operação Dolos também obteve autorização da Justiça Estadual para exercer a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos supostos envolvidos.
De acordo com as investigações, a organização criminosa opera há vários anos cometendo crimes que envolvem fraudes de clonagem de chassis de veículos novos, uso de notas fiscais falsas e uso ilegal de dados pessoais para fazer emplacamentos fraudulentos de veículos automotores roubados, principalmente de caminhões de altos valores. Segundo os delegados da Derfra que atuam no caso, Rossílio Correia e Anderson Case, alguns servidores dos Ciretrans de Araguaína e Tocantinópolis agiram em conluio com os criminosos, auditando os processos instruídos com documentos falsos para emissão do Certificado de Registro de Veículos (CRV), viabilizando, assim, o emplacamento dos mesmos.
Como todo o processo para emplacamento era feito com dados falsos e a partir de chassis clonados de automóveis que ainda estavam nas concessionárias, os veículos não passavam pela vistoria do Detran. Assim, os criminosos conseguiam enviar as placas e lacres para serem afixadas em veículos roubados que estavam em outros estados brasileiros. Depois de “esquentados”, os automóveis estariam aptos para serem revendidos a terceiros. A suspeita da Polícia Civil é de que o grupo tenha emplacado no Tocantins, de modo fraudulento, cerca de 300 veículos de origem ilícita.
O funcionamento da organização criminosa é investigado pela Polícia Civil e Gaeco/MPTO em três inquéritos policiais. As apurações envolveram interceptações telefônicas e a quebra do sigilo do IP de computadores, devidamente autorizadas pela Justiça. A investigação também contou com a colaboração da administração do Detran/TO.
Cerca de 100 policiais participaram da 2ª fase da Operação Dolos. A ação contou com apoio de policiais militares, policiais civis lotados junto ao Detran/TO, Grupo de Operações Táticas Especiais (Gote) que uma unidade de elite da Polícia Civil, além de equipes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado de Araguatins (Deic) e Delegacia Regional de Polícia Civil de Tocantinópolis. (Luiz Melchiades, com informações da Ascom da SSP/TO)