Workshop “Neurociência aplicada ao processo de conhecimento no Tribunal do Júri” inaugura atividades de capacitação promovidas pelo Núcleo do Júri do MPTO
Com o apoio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional – Escola Superior do Ministério Público (Cesaf- ESMP), o Núcleo do Tribunal do Júri (MPNujúri) realizou na manhã desta quinta-feira, 18, o primeiro evento desde a sua instituição. O workshop “A neurociência aplicada ao processo de conhecimento no Tribunal do Júri” teve a participação especial de Douglas Oldegardo, promotor de Justiça do MS, com vasta experiência de atuação em plenário e que contabiliza mais de 700 júris no seu currículo. O evento foi transmitido por meio do sistema EADCesaf.
Apontando a taxa média de 60 mil homicídios, anualmente, no Brasil, o promotor de Justiça e integrante do MPNujúri Rogério Mota, que mediou o workshop, justificou a escolha do tema e reforçou que é pujante a profissionalização nesta seara. “Taxa vergonhosa. É essencial que os promotores de Justiça do Brasil unam esforços para melhorar e aperfeiçoar a atuação em todas as fases, desde o início do cometimento do delito, até a prolação da sentença e, se houver recursos, até o trânsito em julgado do decreto condenatório.”
A coordenadora do Cesaf-ESMP, Cynthia Assis de Paula, salientou a importância da escolha do tema do workshop, pois considera que é necessária a atualização constante dos membros na área, vez que a sociedade deposita muita expectativa nos processos afetos à atuação no Tribunal do Júri. “Essa expectativa não me parece ser modificada com as inovações tecnológicas que o Sistema de Justiça experimenta, daí a relevância deste projeto pedagógico apresentado pelo MPNujuri”.
O assessor especial da Procuradoria-Geral de Justiça, Celsimar Custódio, que no evento representou o procurador-geral de Justiça, Luciano Casaroti, considerou que o Tribunal do Júri é um dos atos que mais desperta interesse dos promotores de Justiça e frisou que devido a sua relevância, a neurociência vem para agregar conhecimento. “Quando a gente traz a neurociência, aliada ao conhecimento jurídico, para debater isso dentro do Tribunal do Júri, esta é vista como mais uma oportunidade que o MP tem para usar a interdisciplinaridade em favor da sociedade”, declarou.
Na sua explanação, Douglas Oldegardo descreveu a evolução do discurso retórico, culminando na análise de como a argumentação, aliada ao timing perfeito e à conveniência, são capazes de influenciar e modificar comportamentos. Destrinchou-se na neurociência quais são os mecanismos responsáveis por tal fenômeno. (Denise Soares)